domingo, 15 de junho de 2014

Devaneios de um domingo a noite...


Disseram-me hoje, assim, ao ver-me triste:
“Parece Sexta-Feira de Paixão.
Sempre a cismar, cismar de olhos no chão,
Sempre a pensar na dor que não existe…

O que é que tem?! Tão nova e sempre triste!
Faça por estar contente! Pois então?!…”
Quando se sofre, o que se diz é vão…
Meu coração, tudo, calado, ouviste…

Os meus males ninguém mos adivinha…
A minha Dor não fala, anda sozinha…
Dissesse ela o que sente! Ai quem me dera!…

Os males de Anto toda a gente os sabe!
Os meus …ninguém… A minha Dor não cabe
Em cem milhões de versos que eu fizera!…

(Florbela Espanca)


Sinto que, assim como Florbela, sou uma incompreendida... Carrego em minha alma uma inquietude que não sei explicar, só consigo sentir, e ninguém a percebe em mim.
Estou sempre em busca de algo que não sei o que é, nem onde encontrar. Sinto-me perdida em meus devaneios...
Não me incomoda a solidão dos meus dias. Fiz as pazes com a solidão. Gosto dela e ela parece gostar de mim...
Em meu peito há uma confusão de sentimentos. 
Será insanidade? Será tristeza? Será eu mesma?...
Penso onde me perdi... Em que momento da minha vida perdi o controle de mim mesma? Em algum momento já o tive?
Devaneios... devaneios...